Mastectomia preventiva: quando é recomendada?

Em 2015, a atriz e cineasta Angelina Jolie removeu os ovários e as tubas uterinas como uma maneira de prevenir o câncer. Em 2013, pelo mesmo motivo, ela já havia se submetido ao procedimento de mastectomia dupla (retirada das duas mamas), e isso levantou uma bandeira: quem pode fazer o procedimento? A mastectomia preventiva realmente evita o câncer de mama?

 

De acordo com o histórico familiar da atriz, ela tinha grandes chances (cerca de 87% para mais) de desenvolver câncer de mama. A descoberta desses dados se deu após uma análise sanguínea do gene BRCA1 – aquele que produz proteínas que previnem o crescimento acelerado das células, protegendo contra os tumores. O exame mostrou alterações desse gene, associados diretamente a uma previsão de alto risco de câncer de mama e de ovário.

 

Impacto da mastectomia preventiva

A ação de Angelina Jolie deu força, na época, àquelas que compartilhavam de grandes chances de serem diagnosticadas com a doença. Mas a mastectomia preventiva não é recomendada para todas as mulheres, apesar de parecer a “melhor saída”.

Em 2012, na época que a atriz se submeteu ao procedimento, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) fez um levantamento e identificou mais de 52 mil casos de câncer de mama. Para 2022, a previsão é de cerca de 66 mil. Além do medo em relação ao tratamento e qualidade de vida, pode aparecer a insegurança em relação à vaidade e sexualidade, o que nos faz compreender uma decisão por um procedimento preventivo.

Os poréns dessa cirurgia começam quando, mesmo sendo uma atitude corajosa e que exige muito preparo, existe desinformação. O assunto teve muita repercussão na ocasião, causando dúvidas em mulheres, dividindo opiniões entre os médicos e gerando uma série de preocupações. Isso gerou um grande fluxo de pacientes sem informações, querendo marcar consultas sem necessariamente entenderem o porquê dessa atitude. 

Por mais que seja um procedimento considerado tecnicamente simples, e que dá a chance da paciente retornar à rotina de forma rápida, não é a única maneira de evitar um diagnóstico de câncer ou causar menos traumas psicológicos que os tratamentos disponíveis.

 

Quando a cirurgia de retirada das mamas é indicada?

Para considerar uma mastectomia preventiva como auxílio para redução das chances de ser diagnosticada com câncer de mama, a paciente precisa ser submetida a uma análise genética do gene BRCA1, provando que há grandes possibilidades de desenvolver a doença, além de ter acompanhamento psicológico.

Reforço: se você não tem histórico familiar da doença, é desnecessário se submeter ao exame (levando em conta que não está disponível no Sistema Único de Saúde, de forma gratuita). Há outras formas de prevenção e detecção precoce, como a realização da mamografia, portanto faça seus exames de rotina, conforme indicação do seu médico!

Lembre-se que o maior inimigo do câncer é o tempo! Quanto mais cedo você receber o diagnóstico, maiores serão as chances de sucesso nos tratamentos.

 

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