É difícil acreditar na relação entre um vírus e o câncer, não é mesmo? Isso foi o que abordou um estudo publicado na revista Nature, que tratou especificamente sobre a imunoterapia para câncer de pulmão e como os anticorpos contra o retrovírus endógenos (uma espécie de  infecção ancestral) poderiam ser úteis no combate ao câncer.

Vamos conversar sobre essa descoberta? 

Como os vírus pré-históricos podem ajudar no combate ao câncer?

Pequenos fragmentos do retrovírus endógenos que podem estar no DNA humano devido à genética são capazes de auxiliar no combate ao câncer pois “são despertados” dentro do organismo, como uma resposta imunológica involuntária. Ao entrarem em contato com as células tumorais, esses fragmentos atacam o tumor “pensando” que ele seria um vírus. Impressionante, não é?

Sistema imunológico e o câncer de pulmão

Falando especificamente sobre o câncer de pulmão, o sistema imunológico teve um grande valor no estudo para esse tipo de câncer, quando observada a relação entre as maiores taxas de sobrevivência e a atuação das células-b (responsáveis pela imunidade gerida por anticorpos), que apareciam em “camadas” ao redor dos tumores no órgão. 

De acordo com a pesquisa, a possível memória que o endógenos vírus tenha deixado no DNA faz com que os anticorpos ataquem o que há de “errado” com o corpo e ajudam no combate ao câncer de pulmão, por “confundirem” as informações presentes no DNA, de acordo com essa pesquisa.

O que é incrível! Pois esse vírus, que está presente há milhões de anos em nosso DNA, serve como uma espécie de sistema de alarme e auxilia o organismo no combate ao câncer, mesmo que sem querer. 

O fato da ciência ter observado isso nos dá mais esperança na cura e prevenção do câncer – e agora, os cientistas seguem buscando formas de potencializar esse efeito, na produção de vacinas para um tratamento que “ensine” o corpo a caçar os retrovírus endógenos e atuar no combate ao câncer de uma forma que não conhecíamos: com o próprio sistema imunológico humano. 

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