Desinformação sobre o câncer pode atrasar diagnóstico e tratamento

A desinformação sobre o câncer, que engloba desde a periodicidade necessária para fazer determinado exame até os efeitos colaterais, sem confirmação científica, de algum tratamento, é uma grande vilã no diagnóstico precoce e na qualidade de vida do paciente oncológico, de forma geral. 

Os mitos ou o ato falho de consultar fontes não oficiais sobre o câncer, como a opinião de um amigo que conheceu alguém que teve a doença ou conteúdos aleatórios na internet, vão na contramão dos avanços científicos e só contribuem para a desinformação sobre o câncer e suas consequências.

Vem comigo que eu vou te ajudar a entender a importância de combater a desinformação sobre o câncer!

 

Como a desinformação sobre o câncer pode afetar a vida do paciente oncológico?

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estão previstos mais de 700 mil casos de câncer por ano até 2025 (considerando o triênio 2023-2025) – isso quer dizer que ainda em 2023 teríamos cerca de 230 mil diagnósticos da doença. 

Agora, imagine se todos procurassem saber mais, por conta própria e em fontes não confiáveis, o tamanho do problema que seria a desinformação sobre o câncer? Quantas pessoas poderiam compartilhar fatos não científicos com outros pacientes, tornando isso uma “bola de neve” cada vez maior?

Pois é, isso se tornaria um problema gravíssimo de controle da doença e do sucesso nos tratamentos. 

 

Mitos sobre o câncer que atrapalham o diagnóstico e o tratamento

Eu separei três bem comuns e que tenho contato no dia a dia clínico para te ajudar a esclarecer possíveis dúvidas. Vamos lá:

  • “O câncer é sempre uma doença hereditária”: se um parente próximo do paciente teve um determinado tipo de câncer, ele deve fazer o acompanhamento médico e monitorar a região, mas a predisposição familiar não significa que a pessoa vai herdar o câncer – muitos casos podem ser evitados se houver uma mudança de hábitos, a prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável, evitando alimentos que podem causar câncer, segundo a ciência.

  • “O câncer é uma sentença que determina o fim da vida”: calma, não é bem assim! Se você me acompanha pelo Instagram, sabe que eu sempre defendo o diagnóstico precoce como sendo o melhor amigo do tratamento, justamente por causa das chances de sobrevida e até mesmo da cura serem maiores em alguns casos enquanto a doença está no início. Mas, mesmo que o paciente tenha descoberto o câncer num estágio mais avançado, todas as perspectivas e opções de tratamento devem ser tratadas com o oncologista. Combater a desinformação sobre o câncer é se informar com quem entende mesmo do assunto!

  • “Terapias alternativas podem curar o câncer” – bom, vamos por partes! Se não há um estudo científico robusto por trás daquela terapia, converse com seu oncologista antes de qualquer decisão. Terapias com remédios à base de ervas, acupuntura e suplementos, sem a orientação oncológica, podem acabar interferindo nos tratamentos convencionais do câncer, como a quimio e a radioterapia. 

 

Concluo te dando um recado importante: sempre que ver alguma informação que promete ajudar com o tratamento do câncer, seja para você ou para alguém próximo, leve-a para a equipe médica responsável pelo caso. Somente médicos capacitados e baseados no que a ciência comprovou podem evitar que a desinformação sobre o câncer se torne um problema ainda mais grave, prejudicando diagnósticos e atrasando tratamentos eficazes. 

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